29 DE JUNHO
DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS
"TUDO POSSO
NAQUELE QUE ME FORTALECE." (Fl. 4,13)
FILME: APÓSTOLO PEDRO E PAULO
PARTE 1
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PARTE 2
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PARTE 2
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SÃO PEDRO, PRIMEIRO PAPA
Hoje a Igreja comemora São Pedro,
o primeiro Papa da Igreja, bem como a festa de São Pedro e São Paulo,
esta última comemorada liturgicamente sempre no primeiro domingo subseqüente ao
dia 29 de junho.
Pontificado - c. 30 a 67
Quem é que não conhece a vida de
São Pedro, daquele pescador da Galiléia, escolhido por Nosso Senhor para ser o
primeiro Apóstolo? São Pedro, forte na fé, dedicado ao Divino Mestre a
ponto de querer defendê-lo com a espada! São Pedro que, fraco na
tentação, negou o Mestre, mas pela contrição se levantou e por Jesus
foi nomeado chefe da Igreja! Não é tanto que a vida de São Pedro
que hoje se nos apresenta, senão mais o seu pontificado.
Na
primeira vocação do Apóstolo, Jesus o fitou e disse: " Tu
és Simão, filho de Jona; serás chamado " Cefas", que quer dizer
Pedro, isto é, pedra". (Jo I, 42). Essa mudança de nome
é significativa. Jesus mesmo deu a explicação desse nome, quando em Cesaréia
de Filipe disse: "... Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; tudo que ligares
na terra, será ligado nos céus; e tudo que desligares na terra será desligado
nos céus". (Mt. 16, 18).
Noutras palavras
Jesus anuncia, entre outras cousas: que Pedro é a rocha inabalável, que serve
de fundamento à Igreja; na mesma recebe o supremo poder e a ela são
entregues as chaves do céu.
Depois da gloriosa
Ressurreição, da pesca milagrosa, do repasto misterioso na praia do lago
Genesaré, Jesus dirigiu-se a Pedro, perguntando-lhe: "Simão, filho de
Jonas, amas-me mais que estes?" Ele respondeu: "Sim,
Senhor, sabeis que vos amo". Jesus disse-lhe:"Apascenta os meus
cordeiros". (Jo. 21,16 - 17). Com estas palavras Pedro foi pelo
divino Mestre instituído pastor do seu rebanho.
Assim São Pedro
o compreendeu, e pelos Apóstolos foi reconhecido Chefe da Igreja. Logo depois
da Ascensão de Jesus Cristo, Pedro propôs a eleição de um substituto de
Judas. Na festa de Pentecostes, Pedro tomou a palavra e falou com
tanta convicção e tanto poder, que no mesmo dia três mil judeus pediram o
batismo. Foi Pedro também o primeiro que com grandes milagres
confirmou a verdade da fé, que pregava. Ao pobre paralítico que, sentado na
porta do templo, lhe pediu esmola, disse o Apóstolo: "Prata e
ouro não possuo, mas o que tenho te dou: Em nome de Jesus de Nazaré,
levanta-te e anda".
No mesmo momento
o paralítico se levantou e andou. Além destes Pedro operou ainda muitos
milagres. Doentes que lhe tocavam a orla do manto, ou se lhe
colocavam na sombra, ficaram curados. As autoridades do templo do templo
quiseram proibir a Pedro a pregação da nova doutrina. Este,
por'm, respondeu: "É preciso obedecer a Deus de
preferência aos homens". Assim, Pedro pregou o Evangelho com toda a
franqueza, não temendo cárcere e açoites. Foi também o primeiro dos
Apóstolos que pregou aos gentios, como prova a conversão de Cornélio.
É difícil
resumir em poucas palavras o que o grande Apóstolo fez pela
propagação da santa fé. Atravessou toda a Palestina, pregou e fez milagres
estupendos, onde quer que chegasse. Curou instantaneamente a Enéas
da paralisia, de que sofria havia oito anos; chamou à vida a
Tabitha, ordenou sacerdotes e sagrou bispos. Fixou residência em Antioquia,
onde permaneceu durante sete anos. Preso por ordem de Herodes em Jerusalém, foi
por um anjo libertado da prisão. Depois disto se dirigiu a Roma, a sede
da idolatria. De lá mandou missionários para a França, Espanha, Sicília e
Alemanha. Nove anos depois, sendo expulso de Roma, voltou a Jerusalém, onde
pouco tempo ficou, para procurar outra vez a capital do
império. Em Roma vivia um grande feiticeiro chamado Simão. Tendo muito
prestígio entre os romanos e sendo protegido de Nero, marcou um dia em
que, para comprovar a verdade da sua doutrina, diante
de todo o povo ia elevar-se ao céu. Chegou o dia determinado e Simão de
fato subiu aos ares. Pedro fez o exorcismo e ordenou aos maus
espíritos que se afastassem, e Simão caiu de uma altura considerável,
fraturando as pernas. Este fato abriu os olhos a muita
gente, que em seguida muitos vieram pedir o Sacramento do
Batismo. Mas serviu este fato também para que se desencadeasse uma
furiosa tempestade contra a jovem Igreja.
O
Imperador Nero atiçava as paixões contra os cristãos. Pedro
conservara-se algum tempo escondido da sanha do tirano e projetara
a fuga de Roma. Saindo da cidade - assim conta a lenda - teve uma
visão. Viu diante de si o divino Mestre. "Senhor, para onde ides?"
perguntou-lhe o Apóstolo. " A Roma, para ser crucificado outra
vez", respondeu Jesus. Pedro compreendeu o sentido das
palavras e voltou para trás. Foi preso e levado ao cárcere mamertino,
onde se achava também São Paulo.
A prisão durou
oito meses. Nesse meio tempo, São Pedro converteu os carcereiros Martiniano
e Processo, que, com mais quarenta e oito neo-cristãos, sofram o
martírio. Escreveu duas Epístolas,que são as primeiras cartas pastorais
dirigidas à Cristandade.
Condenado à
morte, São Pedro foi, como o divino Mestre, cruelmente açoitado
e em seguida levado à
colina vaticana
para ser crucificado.
Estando tudo pronto para a execução, São
Pedro pediu aos algozes que o pregassem na cruz com a cabeça para baixo, porque
se achava indigno de morrer como o divino Mestre. Assim morreu primeiro Papa da
Igreja Católica. No lugar do suplício foi mais tarde edificada a Basílica de
São Pedro. Os restos mortais do Príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa se acham
na mesma Basílica
Reflexões:
Rezemos pelo Papa, o legítimo
sucessor de São Pedro e representante de Cristo sobre a
terra. Que o Senhor o conserve, o vivifique, lhe dê felicidade, saúde e
não o deixe cair nas mãos dos inimigos. Oração: Deus Onipotente e
eterno, compadecei-vos de vosso servo; conduzi-o em vossa bondade
pelo caminho da salvação eterna para que com a vossa graça deseje o que vos
agrade e trabalhe com todas as forças para cumprir a vossa
vontade. Amém.
Festa da Cátedra de S. Pedro - Roma
22 de fevereiro
“Dareis à luz um
filho e este será grande e chamá-lo-ão: Filho do Altíssimo. Ele reinará eternamente
sobre a casa de Jacó e o seu reino não terá fim”. Com estas palavras o Arcanjo
São Gabriel anunciou a Maria o reino eterno de seu filho. Orientados
por uma estrela, chegaram os Magos e renderam homenagens ao Menino Deus. Quando
o governador romano Pilatos perguntou a Jesus: “És de fato rei
?” Jesus lhe respondeu: “ Tu o dizes, mas meu reino não é deste
mundo”. Quando Jesus Cristo, quarenta dias depois de sua gloriosa ressurreição,
se preparou para voltar ao Pai, deu o caráter visível de sua dignidade
real a um homem, para lhe servir de substituto até o fim dos séculos.
Para este
elevado cargo Jesus Cristo escolheu Simeão, filho de Jonas, cujo nome mais
tarde foi mudado em Pedro. “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha
Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as
chaves do reino dos céus. Rezei por ti, para que tua fé não desfaleça; tu,
porém, confirma teus irmãos. Apascenta minhas ovelhas, apascenta meus
cordeiros”.
São Pedro, fiel
à ordem recebida do Mestre, trabalhou pela propagação da doutrina do Messias.
Depois de ter fundado diversas Igrejas na Palestina e na Ásia Menor, dirigiu os
passos para Roma, metrópole do mundo civilizado. Foi no ano de 42, que o
príncipe dos Apóstolos chegou à capital dos Césares. Achou agasalho na casa do
senador Cornélio, parente daquele capitão ilustre de Cesaréia de nome Cornélio,
também que, por uma graça especial divina, recebeu de São Pedro o batismo, ele,
com toda a família.
Roma achava-se
no auge do poder, mas também da corrupção. Nos palácios, templos, parques e
teatros reinavam um luxo desmedido. Com as riquezas das
províncias mais longínquas, tinham chegado a Roma os
ídolos, a supertição e os vícios de outras nações. Se de um lado
havia incalculável riqueza, grande parte da população gemia debaixo do jugo da
mais vil escravidão. O imperador era considerado “Deus e Senhor”, e como tal
recebia dos aduladores as supremas homenagens. O vício, sob as formas mais
hediondas, se ostentava publicamente e, para justificá-lo, não
faltavam divindades a que se oferecesse incenso.
Foi neste antro
de podridão, que o Vigário de Jesus Cristo veio pregar o Evangelho; foi ali que
fundou uma Igreja que perdura já vinte séculos e forneceu milhares de mártires;
foi aí que estabeleceu a cadeira da verdade e foi aí que, igual ao divino
Mestre, exalou a vida no patíbulo da cruz.
São Pedro morreu, mas vive ainda nos
seus sucessores. Quem é o sucessor de São Pedro ? A esta pergunta responde a
cristandade toda unanimente: o sucessor de São Pedro, na sua dignidade e poder,
é o bispo de Roma. O bispo de Roma é o legítimo representante de Cristo na terra;
o bispo de Roma é o chefe de todos os fiéis.
O protestantismo tem ido à cata de
provas, para mostrar que São Pedro nunca esteve em Roma. Se não esteve em Roma
– assim calcula logicamente – os Papas não são sucessores de São
Pedro na Cátedra de Roma, e não podem atribuir-se a dignidade apostólica. Não
foram felizes os amigos de Lutero nesta campanha, pois tudo diz contra o que
asseveram. O resultado de sérios estudos, feitos por historiadores católicos e
protestantes sobre o assunto, tem sido este: que São Pedro esteve em Roma.
Historiador nenhum cristão pôs em dúvida este fato, que é comprovado pelos
escritores dos primeiros séculos, por Caio, presbítero romano, São Dionísio de
Corinto, Hegésipo, Justino, Tertuliano, Cipriano, Orígenes, Eusébio, Arnóbio e
outros.
Desde imemoráveis tempos é na Igreja
celebrado o dia de hoje, em que São Pedro fundou a diocese de Roma. Santo
Agostinho, num dos seus sermões, se refere a esta festa. Os calendários e
martirológicos mais antigos a mencionam.
Se é festejado na cristandade toda o
aniversário da eleição do Papa, se cada diocese celebra o aniversário da
sagração do seu bispo, justo é que a Igreja inteira solenize o aniversário da
Cátedra de São Pedro em Roma e neste dia dirija preces ao Altíssimo, pela
prosperidade do Sumo Pontífice.(*)
(*) A Cátedra, isto é, o trono de São
Pedro, até o século 5, guardado no batistério de São Pedro, se acha hoje na
abside da Basílica Vaticana. Consta apenas de alguns pedaços de tábuas, ligadas
por placas de marfim. Desde o tempo da Renascença está encerrada num grande
relicário, obra de Bernini.
Reflexões:
Com que sentimentos celebras hoje a
festa da fundação da santa Igreja romana? É com satisfação íntima de tua alma
que te dizes filho dessa Igreja? Tens amor a esta tua mãe espiritual, que é a
esposa imaculada de Cristo, e a mestra de todos os homens? Sabes que ela é a
coluna e o fundamento da verdade? De Cristo lhe veio o poder, que Ele mesmo
recebera do Eterno Pai, para o bem e a salvação dos homens. Da Sua assistência
gozará até o fim dos séculos. O Espírito Santo governa-a com sabedoria divina,
habilitando-a a conduzir os homens à eterna salvação. A Igreja é tua mãe. Foi
ela que logo à tua entrada na vida, te recebeu com carinho maternal e tirou de
tua alma a lepra do pecado original, e te revestiu com a roupa cândida da graça
santificante. Nos santos Sacramentos ela te ofereceu os meios necessários para
conservar-te na graça de Deus. Se a Igreja é tua mãe, se lhe deves tudo o que
de riqueza e ornamento espiritual possuis, a gratidão exige, que lhe sejas bom
filho, que mostres interesse por tudo o que diz respeito a tua Mãe. Com seus
triunfos e vitórias deves alegrar-te; com seus padecimentos, humilhações e
perseguições deve teu coração encher-se de tristeza e pesar. A Deus deves
pedir, dia por dia, que proteja, defenda sua obra na terra, e de à Igreja a
vitória sobre os inimigos, que são numerosos e poderosos. Sempre que as
circunstâncias o exigirem e tua posição o permitir, deves entrar na luta, para
a defesa de tua Mãe contra os assaltos dos inimigos. Os inimigos da Igreja são
inimigos da obra de Deus, portanto, de Deus próprio. Cultiva e conserva em teu
coração um amor terno e vivo à santa Igreja, para que sejam a expressão também
dos teus sentimentos as palavras, que um santo Bispo escreveu: Ó
Santa Igreja Católica Romana, Mãe das Igrejas e Mãe de todos os fiéis, Igreja
por Deus estatuída para reunir todos os seus filhos na mesma fé e na mesma
caridade, hoje e sempre nos declaramos em favor de tua unidade. Mais fácil seja
esquecer-me de mim do que de ti, ó Santa Igreja Romana
! Que antes seque a minha língua, do que eu não mais me lembrar de
ti, e em ti procurar toda a minha alegria.
São Paulo, Apóstolo
A conversão mais extraordinária que se deu depois da
Ascensão de Nosso Senhor, foi a de Paulo. Discípulo do sábio mestre
Gamaliel, era Paulo havido por homem de grande inteligência e
de espírito superior, gozando, portanto, de certa consideração na alta
sociedade de Jerusalém. A sua conversão inesperada, de certo causou
sensação extraordinária na capital do judaismo. Conhecido de todos, como
inimigo fidagal da religião de Cristo e seu cruel perseguidor, era
natural que a notícia dessa conversão fosse pelos Apóstolos
recebida com muito cepticismo e grande desconfiança.
Depois do acontecimento grandioso da
conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco. Causou grande confusão entre os
ouvintes, na Sinagoga daquela cidade, a narração da visão que teve, e o
ardor com que se confessava em favor de Cristo e de sua doutrina. De
Damasco se dirigiu para a solidão da Arábia, onde ficou três anos, fazendo
grandes penitências e entregando-se ao estudo da religião. Passado
esse tempo, voltou a Damasco, onde foi muito mal recebido pelos Judeus,
que quiseram matá-lo. Vigiaram a casa onde estava e foi
devido à dedicação de alguns cristãos, que conseguiu fugir, descendo num cesto
pelo muro afora.
Em Jerusalém, para onde se dirigiu então
foi-lhe difícil achegar-se aos Apóstolos, que o temiam, e não disfarçavam
a desconfiança que lhes inspirava aquela
conversão. Foi por intermédio de Barnabé, que Paulo conseguiu
ser-lhes apresentado. Desde que os Apóstolos se
convenceram da verdade e solidez da conversão, com eles ia a vinha
em Jerusalém, procurando sempre o contato com os gentios. Os judeus, por
seu turno, não lhe perdoaram a apostasia e tramaram contra sua
existência. Por esse motivo deixou Jerusalém e foi por Cesaréia
para Tarso, sua terra natal, onde permaneceu três anos, pregando o nome e
a doutrina de Jesus nas regiões da Síria e Cilícia.
Essa pregação teve por resultado a conversão de muita
gente. Em companhia de Barnabé seguiu para Antióquia, onde fundaram a
primeira comunidade cristã. Achando-se a Igreja de Jerusalém em situação
aflitiva, em conseqüência da guerra que lhe fazia a
sinagoga, Paulo e Barnabé arrecadaram esmolas, com que socorreram os
irmãos na metrópole. Em Jerusalém receberam ordem de continuar a
pregação entre os gentios. De Antióquia dirigiram-se para a
Seleucia e daí foram para a ilha de Chipre. Percorrida toda a
ilha até Pafos, foram chamados para junto do proconsul Sérgio Paulo,
homem reto que desejava ouvir a Palavra de Deus. Um mago, judeu,
falso profeta, chamado Simão, procurou desviá-lo da fé. Paulo, cheio do Espírito
Santo, encarando-o em face disse-lhe: "Filho do diabo, inimigo de
toda justiça, eis que a mão de Deus te castiga; não verás mais por algum
tempo a luz do sol". Logo espêssas trevas o cercaram e
tateava, procurando quem o guiasse. À vista disto, o proconsul se converteu.
De Pafos, Paulo com o companheiro, passou para Perga e de
lá para Antióquia. Houve tantas conversões, que os judeus, enchendo-se de
inveja, moveram perseguição contra os Apóstolos. Estes, então, se
retiraram e foram-se para Listra, passando por Iconium.
Em Listra havia um paralítico que recuperou a saúde
pela imposição das mãos de Paulo. O povo, vendo isto,
julgou estar em presença de deuses e quis dar-lhe honras
divinas. Os judeus, perseguindo sempre o Apóstolo, vieram de Antióquia,
prenderam-no, levaram-no para fora da cidade, apedrejaram-no, deixando-o como
morto. No dia seguinte, porém, seguiu para Derbéia, onde ganhou muitos
discípulos.
Quando mais tarde voltou outra vez para
Antióquia, pode contar, em grande assembléia, os progressos que a
religião de Jesus tinha feito.
Surgia entre os discípulos uma controvérsia, sobre a
aplicação da lei da circuncisão aos gentios recém-convertidos. Numa
reunião que houve em Jerusalém, à qual também compareceram também Paulo e
Barnabé, foi decidido que os convertidos do paganismo não seriam
obrigados à circuncisão.
Fazendo de Antióquia ponto de partida, Paulo e Barnabé
visitaram todas as cidades da Ásia Menor, porque tinham passado na
primeira viagem. Em Troas teve Paulo uma visão: Em pé, diante dele, um
Macedônio suplicava-lhe: "Passa à Macedônia, e vem em nosso socorro!"
Paulo embarcou com Silas, Timóteo e Lucas para Filipes. Em Filipes libertou do
demônio uma empregada, que, possessa do espírito adivinhatório, dava
lucros avultados aos amos. Estes, vendo-se prejudicados seus interesses,
levantaram o povo contra Paulo e Silas, arrastaram-nos diante do tribunal
e disseram: "Estes homens põem em desordem a nossa
cidade". A autoridade mandou-os açoitar com varas e, metidos no cárcere,
foram presos ao "tronco". À noite, um forte terremoto abalou a cidade
toda. As portas da prisão abriram-se e as cadeias dos prisioneiros
caíram. O Carcereiro, estupefato e apavorado, fez-se batizar imediatamente com
toda a família.
De Filipes Paulo foi para Anfipolis, Apolônia, Tessalônica e
Beréia e daí até Atenas. Em Atenas Paulo pregou aos judeus na Sinagoga,
aos pagãos na praça pública. Convidado para falar no Areófago, disse
Paulo: " Cidadãos de Atenas! Um dia destes percorrendo vossa cidade
e considerando os objetos do vosso culto, notei entre outros, um altar,
com a inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquele Deus a quem
venerais, sem o conhecer, é o que venho anunciar-vos". Quando
depois passou a falar da ressurreição, uns escarneciam,
outros disseram: "Falar-nos-á outra vez sobre este assunto". Houve
algumas conversões, por exemplo a de Dionísio, membro do Supremo
Tribunal. De Atenas, Paulo foi para Corinto, onde pregou o Evangelho
durante um ano e seis meses. De Corinto passou para Efeso, de Efeso para
Cesaréia, Jerusalém e Antióquia.
Em outra viagem, após breve espaço de tempo, Paulo
visitou todas as Igrejas da Ásia . Em Efeso batizou 12 discípulos e
impôs-lhe as mãos, chamando sobre eles o Espírito Santo, e começaram a
falar línguas e profetizar.
Três anos passou Paulo em Efeso, permanência assinalada
por muitos milagres. Curaram-se doentes, aos quais aplicaram o sudário
e a cinta de São Paulo. Inúmeros demônios foram expulsos das suas
vítimas. Muitos fiéis vieram confessar os pecados.
Os judeus não deixaram de odiar a Paulo e
continuaram a perseguí-lo. Antes de se despedir de Efeso e Mileto, foi
São Paulo avisado pelo Espírito Santo, que em Jerusalém havia de
encontrar muita tribulação; e assim aconteceu. Mal tinha chegado a Jerusalém,
os judeus apoderaram-se dele e teriam-no matado , se o tribuno da corte
romana não lho tivesse arrebatado das mãos. Ainda assim, mandou
metê-lo a ferros e encarcerá-lo. De noite Jesus Cristo
apareceu a Paulo e lhe disse:
" Coragem! Como deste testemunho de mim em Jerusalém, o mesmo farás em Roma".
" Coragem! Como deste testemunho de mim em Jerusalém, o mesmo farás em Roma".
Como os judeus insistissem na sua condenação, o tribunal
romano mandou conduzí-lo de noite, com uma escolta, ao governador
Felix, em Cesaréia. Lé ficou dois anos, até que Felix teve por
sucessor a Festo. Os judeus pediram a este
a transferência do prisioneiro para Jerusalém, pensando matá-lo em
viagem. Festo perguntou a Paulo: "Queres ser julgado em Jerusalém,
no meu tribunal?" Paulo respondeu: "Apelo para
Cesar!" Festo: " Apelaste para Cesar,
diante de Cesar comparecerás!"
Marcada a partida, Paulo tomou passagem no navio, com
Lucas e muitos outros presos. A viagem foi penosíssima
e o navio ancorou na ilha de Creta. Paulo aconselhou a passarem o
inverno lá, mas essa opinião não teve apoio dos outros e
continuaram a viagem. Uma grande tempestade, no alto mar, pôs
em perigo a vida de todos e só depois de 15 dias,
cheios de aflições, abordaram a ilha de Malta. O navio
despedaçou-se, como predissera Paulo, mas os passageiros, em número de 276,
chegaram à praia sãos e salvos.
Durante os três meses de parada na ilha de malta,
Paulo curou muitos doentes dos insulares que lhe fizeram honrosas
manifestações.
De Malta seguiram para Roma, onde Paulo ficou alojado em casa particular,
com o soldado que o guardava. Dois anos ficou o Apóstolo em Roma, fazendo
bm, onde se lhe oferecia ocasião, e pregando a doutrina de Cristo. O zêlo não
lhe deu descanso. Passados os dois anos de cativeiro,
Paulo foi à Espanha; de lá voltou ao Oriente, onde visitou as
Igrejas de Efeso, de Crea, da Macedônia e de Mileto.
É admirável como o apóstolo, no meio de tantos trabalhos
apostólicos, teve ainda tempo para escrever 14 Epístolas a
particulares e a diversas Igrejas.
Dois anos foram-se com essas viagens
apostólicas, quando Paulo voltou a Roma, onde era imperador Nero, o
monstro purpurado. Na metrópole do império sofreu o martírio junto com São
Pedro. Na qualidade de cidadão romano, foi degolado. Era o ano 67 depois
de Jesus Cristo. Uma parte das relíquias de São Paulo descansam
na basílica de São Pedro, ao lado das relíquias do príncipe
dos Apóstolos.
Reflexões:
São Paulo é chamado o Apóstolo dos Gentios.
realmente é admirável sua atividade na propagação da fé. De perseguidor
de Jesus Cristo fez-se um Apóstolo da Igreja, um missionário, o
modelo dos missionários de todos os tempos. As Epístolas de São Paulo
dão-nos uma imagem nítida das suas lutas, dificuldades, provações e tribulações
de toda a sorte. Mas em tudo venceu o amor a Jesus, a Jesus crucificado. São
Paulo é um gigante no amor ao Salvador. "Jesus é minha vida",
confessa ele, e para Jesus não havia trabalho que não fizesse, dificuldade que
não vencesse. No fim da vida, pôde, em verdade, dizer: "Combati o bom
combate, terminei a carreira e conservei a fé". Para que possamos afirmar
a mesma coisa, é preciso que imitemos o grande Apóstolo no imenso amor a
Jesus e à Santa Igreja. É preciso que com ele, sacrifiquemos a nossa carne.,
demos desprezo ao mundo, tenhamos amor aos nossos irmãos, sejamos castos
e puros, e da nossa vida façamos um hino de louvor a Deus. Destarte,
seremos herdeiros da coroa, que nos dará o justo juiz no dia da recompensa.
Conversão de São Paulo
Grande é o Senhor. Ele dirige os corações, como torrentes
d’água. Se quer que pobres pastores sejam os primeiros a prestar homenagens
ao Menino Deus, convida-os por vozes angélicas; se quer que
reis de terras longínquas venham adorar o Menino em Belém, chama-os e guia-os
por uma estrela maravilhosa; quando precisa de operários para a vinha, diz aos
pobres pescadores do lago Tiberíades: “Segui-me”; se quer dar um grande
Apóstolo aos gentios, despedaça o coração irrequieto do jovem Saulo e
transforma-o em coração dedicado discípulo de Cristo, a ponto de faze-lo
exclamar: “Vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim !”
Saulo, natural de Tarso, na Cilícia, filho da tribo de Benjamim
e ao mesmo tempo cidadão romano, possuía talentos extraordinários,
bons e nobres sentimentos, aliados a uma força de vontade inquebrantável. No
tempo em que Jesus Cristo pregava o Evangelho na Palestina, Saulo, assentado
aos pés do célebre Gamaliel, estudava as ciências dos Santos Livros. Os belos
talentos que possuía, sua aplicação e sobretudo seu zelo ardente pela
lei de Moisés e as tradições do povo, chamaram a atenção dos fariseus.
O crescimento rápido da Igreja de Jesus de Nazaré, o aumento
espantoso do número dos discípulos de Cristo crucificado fizeram com que no
coração de Saulo se incendiasse um ódio mortal aos cristãos, por ele
considerados traidores da causa pátria. Qual lobo voraz, tinha sede do sangue
dos mesmos, e quando o primeiro mártir Santo Estevão morreu, vítima do ódio dos
fariseus, os algozes depositaram as vestes aos pés de Saulo. Mas o jovem
diácono vingou-se do jovem fariseu, alcançando-lhe a conversão, pelas suas
orações.
Apenas dois anos depois da morte de Jesus, incitado
constantemente pelo ódio dos fariseus, Saulo foi ao Sumo Sacerdote, e pediu-lhe
cartas para a sinagoga de Damasco, com poderes para trazer presos para
Jerusalém todos os partidários de Jesus, homens e mulheres. Em caminho,
já perto daquela cidade, de repente lhe reluziu em torno uma luz,
vinda do céu. Caiu por terra e ouviu uma voz, que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por
que me persegues ?” Ele respondeu: “Quem sois vós, Senhor
?” O Senhor disse: “Eu sou Jesus, a quem persegues”. Tremendo e todo
assustado, disse: “Senhor, que quereis que eu faça ?” O Senhor
respondeu-lhe: “Levanta-te e entra na cidade, lá se te dirá o que tens que
fazer”. Os homens do séqüito, atônitos, ouviram a voz, mas não viam pessoa
alguma. Saulo levantou-se, abriu os olhos, mas estava cego. Tomaram-no pela mão
e levaram-no para Damasco. Passou três dias sem ver e não comeu nem bebeu.
Havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias.
O Senhor disse-lhe em visão: “Levanta-te e vai à Rua Direita; procura na casa de Judas um homem de Tarso, chamado Saulo. Neste momento ele ora” (e Saulo viu numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos, para que recobrasse a vista). Ananias respondeu: “Senhor, tenho ouvido falar muito desse homem e do mal que fez aos santos em Jerusalém. Mesmo para cá ele trazia plenos poderes dos Príncipes dos Sacerdotes para meter em ferros todos os que invocam vosso nome”. O Senhor, porém, disse-lhe: “Vai, este homem é um instrumento de minha escolha, para levar o meu nome às nações e aos reis, assim como aos filhos de Israel. Vou ensinar-lhe a ele quanto tem de sofrer por meu nome”. Ananias foi. Chegando à casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: “Paulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, manda-me para te restituir a vista, e encher-te do Espírito Santo”. No mesmo instante, lhe caíram dos olhos como que escamas, e pode ver. Levantou-se e fez-se batizar. Paulo ficou ainda alguns dias em Damasco com os discípulos; e logo pregou nas sinagogas, que Jesus é Filho de Deus.
O Senhor disse-lhe em visão: “Levanta-te e vai à Rua Direita; procura na casa de Judas um homem de Tarso, chamado Saulo. Neste momento ele ora” (e Saulo viu numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos, para que recobrasse a vista). Ananias respondeu: “Senhor, tenho ouvido falar muito desse homem e do mal que fez aos santos em Jerusalém. Mesmo para cá ele trazia plenos poderes dos Príncipes dos Sacerdotes para meter em ferros todos os que invocam vosso nome”. O Senhor, porém, disse-lhe: “Vai, este homem é um instrumento de minha escolha, para levar o meu nome às nações e aos reis, assim como aos filhos de Israel. Vou ensinar-lhe a ele quanto tem de sofrer por meu nome”. Ananias foi. Chegando à casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: “Paulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, manda-me para te restituir a vista, e encher-te do Espírito Santo”. No mesmo instante, lhe caíram dos olhos como que escamas, e pode ver. Levantou-se e fez-se batizar. Paulo ficou ainda alguns dias em Damasco com os discípulos; e logo pregou nas sinagogas, que Jesus é Filho de Deus.
Os ouvintes ficaram admirados e diziam: “Não era ele, que em
Jerusalém queria matar a todos que invocam o nome de Jesus ? Não veio aqui com
a determinação de levá-los amarrados aos Príncipes dos Sacerdotes
?” No entanto, Paulo ganhava de mais a mais, e levava a confusão no
meio dos Judeus em Damasco, provando que Jesus é o Messias.
Decorridos alguns dias, os judeus deliberaram, em conselho, matá-lo.
Estas intenções chegaram ao conhecimento de Paulo. Os judeus
vigiavam as portas da cidade dia e noite, para que não escapasse. Mas os
discípulos, tomando-o de noite, fizeram-no descer pela muralha dentro de um
cesto.
Chegando a Jerusalém, Paulo procurou achegar-se aos discípulos,
mas estes o temiam, não acreditando na sua conversão. Então Barnabé tomou-o e
levou-o aos Apóstolos. Contou-lhes que o Senhor tinha aparecido a Paulo em
caminho, e falou-lhes da coragem com que Paulo se tinha declarado, em Damasco,
em favor do nome de Jesus. Desde então Paulo ia e vinha com eles em Jerusalém,
e falava com toda a liberdade no nome do Senhor.
Paulo, dantes inimigo do nome de Cristo, tornou-se-lhe o maior
defensor. Outrora recebia cartas com ordens de destruir as Igrejas e aprisionar
os cristãos; depois, como Apóstolo, escreveu muitas epístolas, para suma
edificação dos fiéis, epístolas cheias de sabedoria e do Espírito Santo.
Conhecendo o mal que fizera, conhecendo a gravidade dos seus pecados, empenhou
toda a energia na propaganda da doutrina de Jesus Cristo.
Oito dias antes da festa da Cátedra de São Pedro realizava-se em
Roma a transladação das relíquias de São Paulo. Pouco a pouco caiu em
esquecimento esta solenidade e em seu lugar entrou, como festa própria a
conversão do grande Apóstolo.
Reflexões:
Conversões como a de São Paulo há poucas. De grande
pecador que foi e inimigo declarado de Cristo e de sua obra, por graça
excepcional transformou-se em Apóstolo da religião cristã; como tal trabalhou
com uma dedicação admirável, arrostou os maiores perigos e atrozes
perseguições, das quais morreu vítima, selando com o sangue a sua amizade a
Cristo e a fé em sua divina palavra. Esta conversão tão extraordinária põe em
evidência a possibilidade da conversão do maior pecador, e ensina-nos que para
os pecados mais graves há perdão e não se deve nunca desesperar da misericórdia
divina, que é infinita. É preciso, portanto, que a conversão dos pecadores seja
sempre objeto das nossas súplicas, diante do trono de Deus. Como a oração, o
sacrifício, o martírio de Santo Estevão alcançou para Saulo a conversão, assim
a oração constante dos fiéis é um fator eminente na história da conversão dos
pecadores. Estes, por sua vez, aprendam da conversão de São Paulo, que assim
como este grande Apóstolo, depois de ter sido tocado pela graça divina,
obedeceu incondicionalmente às ordens de Deus, apresentando-se ao sacerdote,
assim também eles devem abrir o coração à voz divina, romper os laços que os
prendiam ao pecado, e começar uma vida santa e agradável a Deus.
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