Vida de Santa Margarida Maria
Alacoque
Escrita por ela mesma
“Junho mês do Sagrado Coração de Jesus”
ATRATIVO PARA A ORAÇÃO
Em meio a tudo isso,
sentia-me tão fortemente atraída para a oração que me dava grande pena não
saber nem poder aprender como fazê-la, porque não tinha nenhum trato com
pessoas espirituais e não sabia de oração mais que o nome, que atraía a minha
alma. Mas recorrendo a meu soberano Senhor, ele me ensinou como queria que eu a
fizesse, e isto me serviu para toda a vida. Mandava-me prostrar humildemente
diante dele, para lhe pedir perdão de tudo aquilo em que o tivesse ofendido;
depois de adorá-lo, oferecia-lhe minha oração, sem saber ainda como fazê-la.
Logo ele mesmo se me apresentava no mistério no qual queria ser considerado.
Ele absorvia tão
fortemente meu espírito, embebendo em si a minha alma e todas as minhas
potências, que não tinha distração alguma; pelo contrário, sentia o coração
consumido em desejos de o amar. Nascia em mim uma fome insaciável da sagrada
comunhão e de sofrimentos; mas não sabia como orar. Não tinha outro tempo senão
o da noite. Tomava dela o que podia. E embora esta ocupação me fosse tão
deliciosa, quanto sou incapaz de o explicar, não a tomava como oração e
sentia-me continuamente impelida a entregar-me a ela. Prometia ao Senhor que,
logo que ele ma ensinasse, haveria de dar-lhe todo o tempo que pudesse. Mas sua
divina bondade tinha-me tão enlevada na ocupação, agora descrita, que me fez
perder o gosto pelas orações vocais, e já não era capaz de as rezar diante do
Santíssimo Sacramento, onde me sentia tão absorta que nunca me aborrecia.
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