CELEBRAÇÃO DO DESPOSÓRIO DE MARIA
SANTÍSSIMA COM O SANTO E CASTÍSSIMO JOSÉ.
REUNIÃO DOS JOVENS NO TEMPLO
755. Chegou o dia marcado, em que
nossa Princesa completava catorze anos de idade, como dissemos no capitulo
precedente. Reuniram-se os jovens descendentes da tribo de Judá e linhagem de
David, de quem descendia a soberana Senhora, que nessa ocasião se encontravam
na cidade de Jerusalém. Pertencendo à família real de David, também foi chamado
José, natural de Nazaré e residente na cidade santa. Tinha então trinta e três
anos de idade, de talhe distinto e agradável semblante, onde se'espelhava
incomparável modéstia e gravidade. Acima de tudo, era castíssimo no proceder e
pensamentos, de inclinações santíssimas; fizera, desde os doze anos, voto de
castidade. Era primo em terceiro grau da Virgem Maria, de vida puríssima e
irrepreensível aos olhos de Deus e dos homens.
SÚPLICAS A DEUS A MANIFESTAÇÃO DE SUA
VONTADE
756. Reunidos estes homens no templo,
juntamente com os sacerdotes, fizeram oração ao Senhor pedindo que fossem
guiados por seu divino Espírito, no que iam realizar. Falou o Altíssimo
interiormente ao sumo sacerdote, inspirando-lhe dar uma vara seca a cada um
dos jovens ali reunidos e pedirem, com viva fé, à Sua Majestade, declarar por
aquele meio, quem seria o escolhido para esposo de Maria.
O perfume das virtudes da Virgem, a
fama de sua formosura, bens e família, o fato por todos conhecido de ser primogênita
e único membro da família, levava todos eles a cobiçar a sorte de a merecer por
esposa.
Somente o humilde e retíssimo José,
entre os presentes, se reputava indigno de tanto bem. Lembrando-se do voto de
castidade que fizera, propondo de novo sua perpétua observância, entregou-se à
divina vontade, para o que dele quisesse fazer. Apesar disso, sentiu pela honestíssima
donzela, Maria, maior veneração e apreço do que qualquer um dos outros.
José foi o indicado para esposo de
Maria.
757. Estando todos nesta oração,
floresceu somente a vara de José e, ao mesmo tempo, desceu alvíssima pomba,
cheia de admirável resplendor, pousando-lhe acima da cabeça. Ao mesmo tempo,
falou-lhe Deus interiormente, dizendo-lhe: - José, meu servo, tua esposa será
Maria, recebe-a com reverência e cuidado, porque a meus olhos é aceita, justa e
puríssima de alma e corpo, e farás tudo o que Ela te disser.
Com a revelação e sinal do céu, os
sacerdotes declararam São José, escolhido pelo próprio Deus, para esposo da
donzela Maria. Chamada para o desposório, apresentou-se a eleita como o sol,
mais formosa que a lua (Ct 6, 9). Apareceu na presença de todos, com semblante
mais que angélico, de incomparável beleza, modéstia e graça, e os sacerdotes
despo-saram-na com o mais casto e santo dos homens, José.
MARIA DESPEDE-SE E DEIXA O TEMPLO
758. Saudosa e séria, a divina
Princesa, mais pura do que as estrelas do firmamento e rainha de majestade
humilíssima, despediu-se dos sacerdotes, pedindo-lhes a bênção. Outro tanto
fez com a mestra e condiscípulas, pedindo-lhes perdão e agradecendo-lhes todos
os benefícios que, por elas, recebera no templo.
Procedeu com grande humildade e mui
breves e prudentes palavras porque, em todas as ocasiões, proferia poucas e
muito ponderadas. Despediu-se do templo, não sem grande sentimento, por ter
que o deixar, contra a própria inclinação e desejo. Acompanharam-na alguns dos
principais ministros leigos do templo, que ali serviam nas coisas temporais.
Com o esposo José, dirigiram-se para Nazaré, cidade natural dos felicíssimos
esposos.
Não obstante ter José nascido em
Nazaré, dispôs o Altíssimo, por meio de alguns sucessos de fortuna, fosse viver
algum tempo em Jerusalém, para ali a melhorar tão ditosamente, que se tornou
esposo Daquela que Deus escolhera para Mãe.
Em Nazaré, Maria e José recebem
visitas de felicitações.
759. Chegando a Nazaré, onde a
princesa do céu tinha a casa e os bens de seus felizes pais, foram recebidos e
visitados pelos amigos e parentes, com a alegria e cumprimentos que em tais
ocasiões se costumam. Tendo santamente cumprido com o natural dever de
urbanidade e satisfeito estas obrigações sociais do convívio humano, ficaram
sossegados José e Maria em sua casa.
Era costume entre os hebreus que,
durante os primeiros dias de matrimônio, os esposos fizessem mútuo exame e
experiência dos costumes e índole de cada qual, para melhor reciprocamente se
adaptarem.
SÃO JOSÉ PROCURA CONHECER AS
INTENÇÕES E DESEJOS DE MARIA SANTÍSSIMA
760. Disse São José à sua esposa
Maria: - Esposa e Senhora minha, dou graças ao Altíssimo pela mercê de me haver
escolhido, sem méritos, para vosso esposo, quando me julgava indigno de vossa
companhia. Mas, já que Sua Majestade quer exaltar o pobre e fez esta
misericórdia para comigo, desejo me ajudeis, como espero de vossa discrição e
virtude, a lhe dar a devida retribuição, servindo o Senhor com sincero coração.
Para isto, considerai-me vosso servo, com o verdadeiro afeto com que vos
estimo. Peço-vos queirais suprir o muito que me falta de bens materiais e
outros predicados, que se exigiriam para ser esposo vosso. Dizei-me, Senhora,
qual é vossa vontade para eu cumpri-la.
RESPOSTA DA VIRGEM. PRESENÇA DE SEUS
ANJOS
761. Ouvindo estas razões a divina
Esposa, com humilde coração e aprazível seriedade no semblante, respondeu ao
Santo: - Sinto-me feliz, senhor meu, que o Altíssimo, ao colocar-me neste
estado de vida, vos escolhesse para meu esposo e senhor, e que servir-vos fosse
a expressão de sua divina vontade. Se, porém, me permitirdes, manifestarei
minhas intenções e pensamentos.
Preveniu o Altíssimo, com sua graça,
o sincero e leal coração de São José. Por meio das palavras de Maria
Santíssima, novamente o inflamou no divino amor.
Respondeu São José: - Falai, Senhora,
que vosso servo ouve.
Assistiam, nesta ocasião, à Senhora
do mundo, seus mil anjos da guarda em forma visível, conforme Ela lhes pedira.
A razão deste pedido foi permitir o Altíssimo que a puríssima Virgem se
sentisse tomada de respeito e recato para falar com seu esposo, e assim agir em
tudo com maior graça e mérito. Deixou-lhe a natural timidez, e receio que
sempre tivera de falar a sós com um homem, o que nunca até aquele dia
acontecera, a não ser, vez ou outra, com o sumo sacerdote.
MARIA CONFIA A SÃO JOSÉ SEU VOTO DE
PERPÉTUA CASTIDADE
762. Obedeceram os santos anjos a
sua Rainha e lhe assistiram, vendo-os só Ela. Assim acompanhada, falou a São
José: - Meu Senhor e esposo, é justo que, com toda a reverência, louvemos e
glorifiquemos nosso Deus e Criador, infinito na bondade, incompreensível em
seus desígnios. Deus nos manifestou sua misericórdia, escolhendo-nos a nós,
pobres, para servi-lo.
Entre todas as criaturas,
reconheço-me por mais devedora do que qualquer uma delas, ou do que todas
juntas, porque, merecendo menos, recebi mais de sua mão liberalíssima. Em meus
primeiros anos, compelida por esta verdade e pelo desprendimento de todas as
coisas visíveis que a divina luz me comunicou, consagrei-me a Deus com perpétuo
voto de ser casta de alma e corpo. A Ele pertenço e o reconheço por Esposo e
Senhor, com imutável vontade de lhe guardar fiel castidade.
Para cumpri-lo, meu Senhor, quero
que me ajudeis e, no mais, serei vossa fiel serva, para cuidar de vossa vida,
enquanto durar a minha. Concordai, meu esposo com esta determinação.
Confir-mando-a com a vossa, ofereçamo-nos em agradável sacrifício a nosso
eterno Deus, para que nos receba em odor de suavidade, e possamos alcançar os
bens eternos que esperamos.
RESPOSTA DE SÃO JOSÉ
763. Repleto de interior júbilo com
as razões de sua divina esposa, o castíssimo José lhe respondeu: - Declarando-me,
Senhora, vossos propósitos e castos pensamentos, penetras te s meu coração, que
não quis abrir antes de conhecer o vosso. Reconheço-me também, entre os
homens, pelo mais devedor ao Senhor de toda a criação, porque, muito cedo, me
atraiu com sua verdadeira luz, para que o amasse na retidão de coração.
Quero saibais, Senhora, que, aos doze
anos de idade, também fiz promessa de servir ao Altíssimo em castidade perpétua.
Volto agora a ratificar meu voto, para não impedir o vosso, antes, na presença
de Sua Alteza, prometo-vos ajudar, quanto estiverem minhas forças, para que, em
toda pureza, O sirvais e ameis, conforme vosso desejo. Com a divina graça,
serei vosso fidelíssimo servo e companheiro. Suplico-vos, aceiteis meu casto
afeto e me considereis vosso irmão, sem jamais admitir outro amor estranho,
fora do que deveis a Deus e depois a mim.
Durante esta palestra, o Altíssimo
confirmou novamente o coração de São José, na virtude da castidade e no amor
santo e puro que deveria nutrir por sua santíssima esposa Maria. Assim o teve o
Santo, em grau eminentíssimo, que a prudentíssima conversação da Senhora,
contínua e docemente aumentava, arrebatando-lhe o coração.
DISTRIBUEM OS BENS HERDADOS DE
SANT’ANA E SÃO JOAQUIM
764. Mediante a divina graça que Deus
lhes infundia, sentíramos santíssimos e castíssimos esposos incomparável júbilo
e consolação. A divina Princesa ofereceu-se a São José para corresponder a
seus desejos, como Senhora das virtudes que, sem contradição, praticava em
todas o mais elevado e excelente.
Comunicou o Altíssimo a São José nova
pureza e domínio sobre a natureza e suas paixões, para que sem rebelião nem
solicitação, mas com admirável e nova graça, servisse sua esposa Maria, e Nela,
à vontade e beneplácito do Senhor.
Em seguida, distribuíram os bens
herdados de São Joaquim e Sant'Ana, pais da Santíssima Senhora. Uma parte
ofereceram ao templo onde ela vivera, outra foi aplicada aos pobres e a
terceira deixou ao cuidado de São José para administrá-la. Para si, nossa
Rainha reservou somente o cuidado de servi-lo e trabalhar no interior de seu
lar.
Do movimento externo, do uso do
dinheiro para compras e vendas, sempre se eximiu a prudentíssima Virgem, como
disse em outra parte(3)
SÃO JOSÉ DESEMPENHA O OFÍCIO DE
CARPINTEIRO
765. Aprendera São José, na infância,
o ofício de carpinteiro, trabalho honesto e acomodado para adquirir o sustento
da vida, pois era pobre de fortuna, como acima disse. Perguntou à Santíssima
Esposa se gostaria que exercitasse aquele ofício, para servi-la e ganhar
alguma coisa para os pobres, porquanto era necessário trabalhar e não viver
ocioso. Concordou a Virgem prudentíssima, advertindo a São José que o Senhor
não os queria ricos, mas pobres e amantes dos pobres, dando para estes o que
lhes sobrasse.
Em seguida, travaram os santos
esposos santa contenda, sobre qual dos dois obedeceria ao outro como superior.
Venceu a humildade de Maria Santíssima, que entre os humildes era humilíssima.
Não consentiu que, sendo o homem a cabeça, se pervertesse a ordem da mesma
natureza. Quis em tudo obedecer a seu esposo, pedindo-lhe liberdade somente
para dar esmolas aos pobres do Senhor, o que o Santo lhe concedeu.
REVERÊNCIA DE JOSÉ POR MARIA
766. Reconheceu São José, com nova
luz do céu, os predicados de sua esposa Maria, sua rara prudência, humildade,
pureza e demais virtudes, superiores a qualquer pensamento e ponderação.
Aumentou-se-lhe a admiração por ela, e cheio de grande júbilo espiritual, não
cessava, com ardentes afetos, de louvar e agradecer ao Senhor, por lhe ter
dado companhia de esposa tão acima de seus méritos.
Para que esta ocorrência fosse em
tudo perfeitíssima, pois era o princípio da maior obra que Deus realizaria com
toda sua onipotência, fez que a Princesa do céu infundisse, com sua presença,
no coração de seu esposo, tão grande temor e reverência, que nenhuma espécie
de palavras pode traduzir.
Tal reverência originava-se de certa
refulgência, ou raio de luz divina, desprendida do rosto de nossa Rainha, unida
à inefável majestade que sempre a acompanhava. Se isto sucedera a Moisés,
quando desceu do monte (Êx 34, 30), com maior razão aconteceu à Virgem, pois
muito mais prolongado e íntimo era o seu trato e conversação com Deus.
DEDICAÇÃO DE MARIA POR JOSÉ
767. Em breve, teve Maria Santíssima
uma visão do Senhor, durante a qual lhe disse Sua Majestade: -Esposa minha,
diletíssima e escolhida, vê como sou fiel em minha palavras, para os que me
amam e temem. Corresponde, pois, agora à minha fidelidade, guardando as leis
de esposa minha, em santidade, pureza e toda perfeição. Para isso, te ajudará
meu servo José. Obedece-lhe como deves e cuida de seu bem-estar, que essa é
minha vontade.
Respondeu Maria Santíssima: -Senhor,
eu vos louvo e exalto pela vossa admirável providência por Mim, indigna e pobre
criatura. Meu desejo é obedecer-vos e vos agradar como vossa serva, mais
obrigada que qualquer outra criatura. Dai-me, Senhor, vosso auxílio divino,
para que, em tudo, me assistais, segundo vosso maior agrado e também para que
atenda às obrigações do estado em que me pusestes. Ajudai-me para que, como
vossa escrava, não me afaste de vossas ordens e beneplácito. Dai-me vossa
licença e bênção, para que acerte em obedecer e servir a vosso servo José, como
Vós meu Senhor e Criador me ordenais.
AS VIRTUDES, FUNDAMENTO DO LAR DE
JOSÉ E MARIA
768. Sobre estes divinos alicerces,
fundou-se o lar e matrimônio de Maria e José. Desde oito de setembro, dia do
desposório, até vinte e cinco de março seguinte, quando se realizou a
Encarnação
do Verbo divino , os dois esposos
foram sendo preparados pelo Altíssimo, para a obra para qual os escolhera.
Ordenou a divina Senhora sua casa e modo de viver, como direi nos capítulos
seguintes.
ADMIRAÇÃO DA ESCRITORA PELA
FELICIDADE DE SÃO JOSÉ
769. Agora, não posso deixar de
congratular-me com a boa sorte do mais feliz dos nascidos, São José. De onde, ó
homem de Deus, vos veio tamanha felicidade e ventura que, entre os filhos de
Adão, só de vós se dissesse ser vosso o mesmo Deus, e tão somente vosso, que
fosse reputado por vosso único Filho? O eterno Pai vos dá sua Filha, o Filho
vos confia sua real e verdadeira Mãe, o Espírito Santo vos confia sua Esposa. A
beatíssima Trindade vos entrega sua eleita, única e escolhida como o sol,
concedendo-a por vossa legítima esposa.
Conheceis, meu Santo, vossa
dignidade? Compreendeis ser vossa esposa, a Rainha e Senhora do céu e da
terra, e vós, o depositário dos inestimáveis tesouros de Deus? Velai pelos
vossos interesses. Sabei, que se não causais inveja aos anjos e serafins, eles
ficam admirados e suspensos por causa da vossa sorte, e pelo sacramento oculto
em vosso matrimônio.
Recebei parabéns por tanta ventura,
em nome de toda a linhagem humana. Sois arquivo das divinas misericórdias, dono
e esposo daquela a quem só Deus é superior. Ficaste rico e próspero entre os
homens e os anjos. Lembrai-vos de nossa pobreza e miséria, e de mim, o mais vil
bichinho da terra, que desejo ser vossa fiel devota, beneficiada por vossa
poderosa intercessão.
DOUTRINA DA RAINHA DO CÉU.
QUALQUER ESTADO DE VIDA É
SANTIFICANTE
770. Minha filha, o exemplo de minha
vida no estado do matrimônio, no qual o Altíssimo me colocou, censura a
desculpa alegada por aqueles que, vivendo casados no século, dizem que não
podem ser perfeitos. Para Deus nada é impossível, e tampouco o é para quem, com
viva fé, Nele espera e se entrega à sua divina disposição.
Eu vivia na casa de meu esposo, com a
mesma perfeição que no templo. Mudando de estado, em nada mudei no afeto,
desejo e cuidado de amar e servir a Deus. Pelo contrário, aumentei estes sentimentos,
a fim de não serem embaraçados pelas obrigações de esposa. Por isto, me
assistiu mais a graça divina, e por sua mão poderosa, Deus dispunha e acomodava
todas as coisas, de acordo com meus desejos.
O mesmo faria o Senhor com todas as
criaturas, se de sua parte, lhe correspondessem. Culpam o estado do matrimônio,
enganando-se a si mesmas, porque o impedimento para serem perfeitas e santas
não é o estado de vida. São-no os cuidados vãos e solicitudes supérfluas a que
se entregam, pondo de lado o gosto do Senhor, para antepor e procurar o delas.
VIDA RELIGIOSA, ESTADO DE PERFEIÇÃO.
771. Se no mundo não há desculpa
para dispensar a busca da perfeição da virtude, menos haverá na vida religiosa,
alegando os ofícios e ocupações dela. Nunca te imagines impedida pelo teu
cargo de prelada, porquanto tendo-te Deus posto nele, através da obediência,
não deves duvidar de sua assistência e amparo. Naquele mesmo dia, tomou por sua
conta, dar-lhe forças e auxílios para atenderes a tuas obrigações de superiora,
e também a de tua pessoal perfeição, com a qual deves amar teu Deus e Senhor.
Empenha-o com o sacrifício de tua vontade, e com humilde paciência, em tudo que
sua divina providência ordena. Se não lhe resistires, asseguro-te sua proteção,
e por experiência sentirás seu poder, sempre governando e dirigindo
perfeitamente todos os teus atos.
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