AS APARIÇÕES DE
JACAREÍ SP BRASIL
MÍSTICA CIDADE DE DEUS
“VIDA DA VIRGEM MÃE DE
DEUS”
TERCEIRO TOMO
MARIA NO MISTÉRIO DA REDENÇÃO
(na vida pública de Jesus)
SOROR MARIA DE ÁGREDA
DAREMOS A VOCÊ LEITOR
A CONHECER O CAPÍTULO 10 DESTE TERCEIRO TOMO.
MARIA SANTÍSSIMA RECEBE NOVA LUZ SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS.
Os atos da fé
817. Os artigos da fé católica pertencem aos atos do entendimento dos
quais são objeto, enquanto os mandamentos pertencem aos atos da vontade. Ainda
que todos os atos livres dependem da vontade, quer nas virtudes infusas, quer
nas adquiridas, nem todos dela partem igualmente. Os atos de fé livre nascem
imediatamente do entendimento que o produz, e só dependem da vontade enquanto
ela os autoriza com afeto puro, santo e reverencial. Os objetos e verdades
obscuras não podem ser cridos pelo entendimento independente da vontade, e por
isto ele aguarda o que a vontade lhe determina.
Nas demais virtudes,
porém, a vontade age por si, e ao entendimento pede somente que lhe proponha o
que deve fazer, como quem caminha com a luz que vai à frente. A vontade é tão
livre e senhora que não admite coação do entendimento ou de qualquer outra
coisa. Assim ordenou o Altíssimo para que ninguém o sirva contrariado e
forçado, mas sim espontaneamente, com alegria, como ensina o Apóstolo (2 Cor 9, 7).
Maria e o Decálogo
818. Estava Maria
Santíssima divinamente instruída nos Artigos e verdades da fé católica. Para se
aperfeiçoar na ciência dos dez preceitos do Decálogo, teve outra visão da
Divindade, pelo mesmo modo que disse no capítulo passado (1).
Nesta visão,
foram-lhe manifestados com maior plenitude e clareza todos os mistérios dos
divinos Mandamentos: como estavam decretados na mente divina para guiar os
mortais à vida eterna; como tinham sido entregues a Moisés em duas tábuas (Ex 31, 18; Dt 5,
22); na
primeira, encontram-se os três que se referem à honra de Deus, e na segunda os
que se praticam em relação ao próximo.
Compreendeu que o
Redentor do mundo, seu Filho santíssimo, iria renová-los no coração dos homens (2 Ped 1, 4), começando pela
Rainha e Senhora a observância de todos e de quanto eles encerram. Conheceu sua
ordem e necessidade, para os homens chegarem à participação da divindade. Teve
clara inteligência da equidade, sabedoria e justiça com que estes mandamentos
estavam ordenados pela vontade divina. Era lei santa (Rom 7, 12), imaculada (SI 18, 8), leve, suave (Mt
11, 30), pura, verdadeira (SI 118, 142) e acrisolada para as criaturas (SI 118, 9). Era tão justa e
conforme a natureza racional (Jer 31, 33; Rom 7, 22), que podia ser abraçada com estima e prazer, além de que, seu
Autor daria a graça para ajudar a observá-la.
Outros muitos e
elevados segredos e mistérios conheceu, nesta visão, nossa grande Rainha, sobre
o estado da santa Igreja, os que nela guardariam seus divinos preceitos, como
também os que os desprezariam, transgredindo-os e não os aceitando.
A ciência imensa de Maria
819. Saiu desta visão a
cândida pomba, abrasada e transformada no amor e zelo da lei divina e voltou-se
a seu Filho santíssimo, em cujo interior a conheceu novamente, como também os
decretos de sua sabedoria e vontade em aperfeiçoar essa lei pela da graça (Mt 5, 17). Conheceu também,
com abundante luz, o beneplácito e desejo do Senhor de que Ela fosse a estampa
viva de todos os preceitos que a lei continha.
É verdade, que a
grande Senhora - como repeti muitas vezes – possuía ciência habitual e perpétua
de todos estes mistérios, para usar dela continuamente. Apesar disso, eram-lhe
renovados esses hábitos, e cada dia recebia-os em maior intensidade. Como a
extensão e profundidade da matéria era quase imensa, ficava sempre um campo
quase infinito onde estender a vista de seu interior e conhecer novos segredos
e mistérios.
Nesta ocasião, eram
muitos os que lhe ensinava o divino Mestre, propondo-lhe sua santa lei e
preceitos, com a ordem e modo convenientíssimo que teriam na igreja militante
de seu Evangelho. De cada um, em particular, dava-lhe copiosa e singular
compreensão com novas circunstâncias.
Nossa limitada
capacidade não poderia alcançar tão elevados e soberanos mistérios, mas à
divina Senhora nada se ocultou, nem sua profundíssima ciência deve ser medida
pela de nosso curto entendimento.
Maria, viva imagem
da lei divina
820. Ofereceu-se a seu
Filho santíssimo humildemente e de coração disposto para obedecer-lhe na guarda
dos seus mandamentos; pediu-lhe que a instruísse e lhe desse seu divino favor
para executar tudo o que neles mandava.
Respondeu-lhe Jesus:
Minha Mãe, eleita e predestinada por minha eterna vontade e sabedoria para o
maior agrado e beneplácito de meu Pai que, quanto à divindade é igual a mim.
Nosso amor eterno que nos obriga a comunicar nossa divindade ás criaturas,
elevando-as à participação de nossa glória e felicidade, ordenou esta lei santa
e pura (EZ
20,11),
mediante a qual os mortais chegassem a conseguir o fim para o qual foram
criados por nossa clemência.
Nosso desejo será
satisfeito em Ti, pomba e amiga minha, gravando nossa lei divina em teu
coração, com tanta eficiência e clareza que, por toda a eternidade ela não
possa ser obscurecida nem apagada de teu ser. Sua eficácia não será impedida
(SI 18, 8), nem em coisa alguma ficará lesada, como aconteceu nos demais filhos
de Adão.
Adverte, caríssima
Sunamite, que esta lei é toda pura e imaculada e puríssima, em quem serão
glorificados nossos pensamentos e obras.
O primeiro mandamento
821. Estas palavras,
que na divina Mãe, operaram o que significavam, a renovaram e deificaram com a
inteligência e a prática dos dez preceitos e de cada um de seus mistérios.
Dirigiu sua atenção à luz celestial, e a vontade à obediência de seu divino
Mestre.
O primeiro e maior
dos preceitos (Mt 22,37; Me 20,29; Le 10,27): Amarás a Deus sobre todas a coisas, de
todo o teu coração, de toda tua mente e com todas tuas forças. Entendeu-o como
o escreveriam os Evangelistas, e como antes, o havia escrito Moisés no Deuteronômio
(6, 5-6-7-8), com as condições que o Senhor lhe anexou: os pais deveriam
ensiná-lo aos filhos; todos deveriam meditá-lo, em casa e fora dela, sentados
ou caminhando, dormindo ou velando, e sempre deveriam tê-lo diante do olhar
interior da alma.
Como o entendeu,
nossa Rainha cumpriu este mandamento do amor de Deus, com todas as condições e
eficácia que Deus ordenou. Se nenhum dos filhos dos homens, nesta vida, chegou
a cumpri-lo plenamente, Maria, em carne mortal, o cumpriu mais perfeitamente
que os supremos e ardentes serafins, santos e bem-aventurados do céu.
Aqui não me alongo
mais nesse assunto, pois na primeira parte (2) falando das
virtudes da grande Rainha, falei alguma coisa sobre sua caridade. Na ocasião de
que falo, em particular, chorou com amargura os pecados que seriam cometidos no
mundo contra este grande mandamento, e tomou por sua conta compensar, com seu
amor, as falhas e defeitos que nele haviam de incorrer os mortais.
O segundo e terceiro mandamento
822. O segundo mandamento
da lei de Deus – não desonrá-lo jurando em vão; e o terceiro – honrá-lo
guardando e santificando suas festas.
A Mãe da sabedoria
os compreendeu profundamente, gravou-os no seu piedoso e humilde coração para
dar a Deus, culto e veneração em supremo grau. Ponderou dignamente a injúria
que a criatura comete contra o ser imutável de Deus e sua bondade infinita,
jurando por Ele em vão ou falsamente, ou blasfemando contra a veneração devida
a Deus, diretamente, ou nos seus Santos. Sentiu grande dor ao conhecer os pecados
que, atrevidamente, cometeriam os homens contra este mandamento.
Pediu aos santos
anjos que a serviam que, em nome d’Ela, encarregassem os demais custódios dos
filhos da santa Igreja, impedir seus protegidos de cometerem este desacato a
Deus. Que lhes dessem inspirações, luzes e por outros meios os transpassasse
com o temor de Deus, (SI 118, 120) para não jurarem nem blasfemarem seu santo nome. Por outro lado,
pedissem ao Altíssimo muitas bênçãos para os que se abstivessem de jurar em vão
e reverenciassem seu ser imutável. Com grande fervor, a puríssima Senhora
também fazia esta mesma súplica.
Quanto ao terceiro
mandamento, a santificação das festas, a grande Rainha dos anjos, nestas
visões, teve conhecimento de todas as festividades que seriam de preceito na
santa Igreja, e do modo como seriam celebradas e guardadas. Desde que estiveram
no Egito, como disse em seu lugar (3), havia começado a
celebrar as dos mistérios já realizados até então. Depois desta notícia, porém,
celebrou outras festas, como a da Santíssima Trindade, as de seu Filho e a dos
anjos. A estes convidava para estas solenidades e para as demais que a santa
igreja ordenaria. Por todas fazia cânticos de louvor e agradecimento ao Senhor.
Estes dias,
especialmente marcados para o culto divino, Ela os enchia inteiramente d’ele.
Não quer dizer que as ocupações corporais embaraçassem ou impedissem a atenção
interior de seu espírito, mas desejava fazer o que entendia que seria praticado
futuramente na lei da graça. Assim santificava as festas do Senhor, e com santa
competição e pronta obediência, antecipava-se na prática de tudo o que continha
essa lei, como primeira discípula do Redentor do mundo.
Quarto e quinto mandamento
823. Recebeu Maria
santíssima a mesma ciência e compreensão dos outros sete mandamentos,
respectivamente, os quais se referem aos nossos deveres para com o próximo.
No quarto
mandamento, honrar aos pais, conheceu tudo quanto se subentendia pelo nome de
pais; como se lhes deve respeito e ajuda, do mesmo modo como eles têm obrigações
para com os filhos.
Sobre o quinto
mandamento, não matar, conheceu a Mãe clementíssima a justiça deste preceito. O
Senhor é o autor da vida do homem. Se não lhes quis dar direito de dispor da
própria vida, muito menos direito tem de ofender ou tirar a do próximo.
Como a vida é o
primeiro dos bens da natureza e fundamento da graça, nossa Rainha louvou ao
Senhor por ordenar este mandamento ao bem dos mortais. Olhava a estes como
obras de Deus (Sab 2, 23; Ecli 15, 14), capazes de sua graça e glória, preço do sangue que seu Filho
ofereceria por eles (1 Pd 1, 19). Por esta razão, fez grandes súplicas, para que na Igreja fosse bem
observado este preceito.
Sexto mandamento
824. Nossa puríssima Senhora entendeu a matéria do sexto mandamento,
ao modo dos bem-aventurados que consideram o perigo da humana fraqueza não em
si mesmos, mas nos mortais, sem serem por ela atingidos.
Colocada em mais
elevado estado de graça, Maria santíssima via e conhecia essa matéria sem a
perturbação do fomes que não contraíra por preservação. Foram tais os
sentimentos desta grande amante da castidade, honrando-a e chorando os pecados
dos mortais contra esta virtude, que novamente feriu o coração do Altíssimo (Cant 4, 9). A nosso modo de
entender, consolou seu Filho santíssimo das ofensas dos mortais contra este
preceito.
Conheceu que na lei
do Evangelho, sua observância levaria a instituir congregações de virgens e
religiosos que prometeriam a guarda da castidade. Pediu ao Senhor que lhes
vinculasse sua bênção, e a instâncias de sua Mãe puríssima, determinou especial
recompensa à virgindade, porque nesta virtude imitariam a Virgem Mãe do
Cordeiro (SI
44, 15). Como esta virtude, à sua imitação, seria
abraçada por muitos na lei do Evangelho, ofereceu ao Senhor incomparáveis
agradecimentos com afetuosa alegria.
Não me detenho mais
em referir sua estima por esta virtude, porque já falei um pouco na primeira
parte, e em outras ocasiões.
Sétimo, oitava, nono e décimo mandamento
825.
Os demais preceitos;
sétimo, não furtar; oitavo, não levantar falso testemunho; nono, não cobiçar a
mulher alheia; décimo, não desejar os bens e coisas alheias. De cada um teve
Maria santíssima particular inteligência, como nos demais.
Para cada um fazia grandes
atos, de acordo com o que ordenavam cumprir. Por todo o gênero humano louvava e
agradecia ao Senhor, por lhe ter dado uma lei tão bem ordenada, para encaminhar
os homens à eterna felicidade.
Observando-a, não só
asseguravam a recompensa que se lhes prometia na eternidade, mas também na vida
presente lhes permitiria gozar da paz e tranqüilidade que, de certo modo, já os
faria bem-aventurados.
Se todas as
criaturas racionais se ajustassem à equidade da lei divina e se resolvessem
guardá-la observando seus mandamentos, gozariam de felicidade deliciosa e do
agradável testemunho da boa consciência.
Todos os gostos
humanos não se podem comparar à consolação de ser fiel no pouco e no muito da
lei (Mt
25, 21).
Este benefício devêmo-lo principalmente a Cristo, nosso Redentor, que ao reto
proceder vinculou a satisfação, a paz, o consolo e muitas felicidades na vida
presente. Se nem todos gozamos esses efeitos, é porque não guardamos seus
mandamentos.
As tribulações, as
calamidades e desgraças do povo são efeitos inevitáveis das desordens das
pessoas. Se damos o motivo, somos insensatos que, em chegando o contratempo,
logo vamos procurar a quem atribuí-lo, esquecendo que a sua causa se encontra
dentro de cada um de nós.
Transgressão da lei divina
826. Quem poderá medir os
danos que, na vida presente, procedem de furtar o alheio, transgredindo o
mandamento que o proíbe? Porque não se contenta cada qual com sua sorte,
esperando o socorro do Senhor que não despreza as aves do céu (Mt 6, 26), nem se esquece dos
mais pequenos bichinhos?
Que misérias e
aflições não estão sofrendo os cristãos, por não se contentarem os príncipes
com os reinos que lhes deu o sumo Rei? A ambição de aumentar o poder e seus
domínios tiram ao mundo o sossego, a paz, as propriedades, as vidas, e ao
Criador, as almas.
Os falsos
testemunhos e mentiras que ofendam à suma Verdade e às relações humanas, não
causam menos prejuízos e discórdias. Destroem a paz e tranqüilidade dos
corações e os indispõem a serem habitação do Criador (1 Cor 3, 17), única coisa que
deles desejava.
Cobiçar a mulher do
próximo, adulterar contra a justiça, violar a lei santa do matrimônio
confirmado e santificado por Cristo nosso Senhor com um Sacramento (Mt 19, 4), tem produzido e
produzem imensos males, ocultos ou públicos, entre os católicos.
Se pensamos que,
muitos não aparecem aos olhos do mundo, aos olhos de Deus, justíssimo e reto juiz (SI 7, 12), não ficam sem
castigo já nesta vida. Na outra será ainda mais rigoroso, na medida em que Deus
os suportou
(Rom 2, 5), pois se fosse castigar agora, segundo merecem, destruiria o povo
cristão.
Os dois preceitos do amor a Deus e ao próximo
827. Nossa grande Rainha
via todas estas verdades contemplando no Senhor. Conhecia a vileza dos homens
que, tão levianamente, e por coisas insignificantes perdem o decoro e respeito
a Deus que, tão benignamente, deu-lhes a proteção de suas leis e preceitos.
Apesar de tudo, a
prudentíssima Senhora não se escandalizou da humana fragilidade, nem se
espantou da humana fragilidade, nem se espantou com nossas ingratidões. Como
piedosa mãe se compadecia dos mortais. Amava-os com ardentíssimo amor, por
eles, agradecia os benefícios do Altíssimo. Reparava as transgressões que
cometeriam contra a lei evangélica e pedia para todos a perfeição de sua
observância.
Profundamente,
compreendeu Maria santíssima, que os dez preceitos se resumem nos dois de amar
a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mt 22, 40; Rom 13, 10). Entendeu que nestes dois amores bem compreendidos e praticados,
se encerra toda a sabedoria, e quem chega a executá-los não está longe do reino
dos céus, como disse o Senhor no Evangelho (Mc 12, 34). E ainda, que a guarda destes preceitos se antepõe e vale mais
que os sacrifícios e holocaustos (Mc 12, 33).
Na medida de sua
ciência, nossa grande Mestra pôs em prática esta santa lei, como se encontra
nos Evangelhos, sem faltar à observância de todos seus preceitos e conselhos
até o menor deles.
Esta divina Princesa,
sozinha, realizou a melhor doutrina do Redentor do mundo, seu Filho santíssimo,
do que todo o resto dos santos e fiéis da santa Igreja.
DOUTRINA QUE ME DEU A DIVINA SENHORA E RAINHA DO CÉU.
Felizes os que amam tua lei, Senhor
828. Minha filha, o Verbo
baixou do seio do eterno Pai, e no meu assumiu a humanidade, para redimir a
linhagem humana. A fim de iluminar os que estavam nas trevas e sombras da morte (Lc 1, 79) e levá-los à
felicidade que tinham perdido, era necessário que o Salvador viesse, para ser
sua luz, caminho, verdade e vida (Jo 14, 5). Deveria dar-lhes uma lei tão santa que os justificasse; tão
clara que os iluminasse; tão segura que lhes desse confiança; tão forte que os
movesse; tão eficiente que os auxiliasse, e tão verdadeira que a todos que a
observassem desse alegria e sabedoria.
Este, e outros
efeitos tão admiráveis, são produzidos pela virtude da imaculada lei
evangélica, em seus preceitos e conselhos. Ordena e conforma de tal modo as
criaturas racionais, que sua observância é a única fonte de toda felicidade
espiritual e corporal, temporal e eterna (prov 29, 18).
Por aqui entenderás
que a cega ignorância dos mortais os engana e faz cair na fascinação dos seus
mortais inimigos (Gal 3, 1). Desejando tanto a felicidade, são tão poucos os que atinam com
ela porque não a procuram na lei divina (Jer 31, 33), onde unicamente a podem encontrar.
Quem me ama, guarda meus preceitos
829. Prepara teu coração
com esta ciência, para que o Senhor grave nele sua santa lei, assim como fez a
mim. Afasta-te e esquece todo o visível, de tal modo que tuas potências fiquem
livres e vazias de outras imagens, fora daquelas que o dado do Senhor lhes
imprimir: sua doutrina e beneplácito, contidos nas verdades do Evangelho.
Para que teus
desejos não fiquem frustrados ou estéreis, pede continuamente, de dia e de
noite, ao Senhor que te torne digna desta graça prometida por meu Filho
santíssimo. Considera atentamente que teu descuido nisso seria mais repreensível
que em todos os demais viventes. Nenhum foi chamado e atraído a seu amor com
semelhante energia e graça, como a que recebeste.
Durante o dia desta
abundância e durante a noite da tentação e tribulação, não te esqueças desta
dívida e do zelo do Senhor, para que nem os favores te desvaneçam, nem as penas
e aflições te deprimam. Conseguirás isso se, tanto em uma como em outra
situação, atenderes à divina lei gravada em teu coração, para guardá-la
fielmente, sem remissão e descuido, com toda perfeição e advertência.
Amor ao próximo
829.a. Quanto à prática do
amor ao próximo, aplica-lhe sempre aquela primeira regra: faze aos outros o que
desejas que te façam (Mt 22, 39).
Se tu desejas que
pensem e falem bem de ti, isso também deverás fazer a teus irmãos. Se sentes
quando te ofendem, ainda em ninharias, evita dar-lhes esse pesar. Se não achas certo quanto os outros desgostam
o próximo, não faças o mesmo, pois já sabes que contradiz à regra e medida da
caridade ordenada pelo Altíssimo. Chora também tuas culpas e as de teus
próximo, por serem ofensas a Deus e à sua santa lei. Este sentimento é boa
caridade para com eles e o Senhor. Sofre com as dores alheias como com as tuas,
imitando-me neste amor.
Isto é apenas um pouquinho desta obra maravilhosa.
A Paz!
PARA OBTER O
MATERIAL DO SANTUÁRIO ENTRE EM CONTATO ATRAVÉS TELEFONE DO SANTUÁRIO
(0xx12)
9701-2427
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