Rainha e Mensageira da Paz

sexta-feira, 26 de agosto de 2011


26 de Agosto
São Luís IX - Rei de França
Luís IX de França ou São Luís de França (PoissyFrança25 de Abril de 1214 - TunisNorte de África25 de Agosto de 1270) foi rei de França de 1226 até à sua morte, o nono da chamada dinastia dos capetianos directos, e também conde de Artois de 1226 a 1237.
No seu reinado a França viveu um excepcional momento políticoeconómicomilitar e cultural, conhecido como o "o século de ouro de São Luís". Houve um grande desenvolvimento da justiça real, passando o monarca a representar o juiz supremo.
Participou também da Sétima Cruzada e da Oitava Cruzada, tendo morrido no decurso desta última, o que influenciou em grande medida a sua posterior canonização no reinado do seu neto Filipe o Belo.
São Luís nasceu no castelo de Poissy, a 30 quilómetros de Paris, a 25 de Abril de 1214 ou 1215, dia de procissões solenes do dia deSão Marcos. Na mesma época Filipe Augusto venceu a célebre batalha de Bouvines, contra uma aliança do Sacro-Imperador Otão IV da GermâniaJoão I da Inglaterra e nobres da Flandres.
Tradicionalmente, depois de Filipe I de França, os reis capetianos baptizavam os seus primogénitos com o prenome do avô. Luís IX foi o quinto filho de Luís VIII de França e Branca de Castela, sendo o seu irmão Filipe o herdeiro da coroa até à morte deste em 1218.
A sua infância terá sido influenciada pela figura do seu pai que, unindo o zelo pela religião à bravura marcial que lhe valeu o cognome de o Leãosubjugou os cátaros do sul da França. Particularmente zelosos da sua educação, os pais de Luís IX deram-lhe bons preceptores: Mateus II de Montmorency, Guilherme des Barres, conde de Rochefort, e Clemente de Metzmarechal da França, inspiraram-lhe os sentimentos de um rei cristianíssimo e filho da Igreja.
Da mesma forma, mais tarde Luís interessar-se-ia pela educação, particularmente a religiosa, dos seus filhos. Ensinar-lhes-ia orações, a necessidade de assistir à missa e de fazer penitência. Conta-se também por exemplo que às sextas-feiras não permitia que usassem qualquer ornamento na cabeça, por ter sido o dia da coroação de espinhos de Jesus Cristo.

Reinado

Regência de Branca de Castela

Com a morte do seu pai em 8 de Novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims por Jacques de Bazoches, bispo de Soissons, em 30 de Novembro do mesmo ano.

Sagração de Luís IX de França nacatedral de Reims (iluminura do século XIII)
Por testamento de Luís VIII, a mãe do jovem monarca assumiu a regência de França com o título de «baillistre», guardião da tutela do rei. Bartolomeu de Roy, o velho camareiro da corte havia vinte anos, era o mais influente conselheiro do reino, pelo que se disse na época que o poder passava assim «entre as mãos de uma criança, de uma mulher e de um velho».[1]
De personalidade forte, Branca de Castela encarnava a glória de ser filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis. Com efeito, o seu pai foiAfonso VIII de Castela, os reis da Inglaterra Ricardo Coração de Leão e João sem Terra eram seus tios, Luís VIII de França seu esposo,Henrique I de Castela e Berengária de Leão e Castela seus irmãos, Luís IX de França e Carlos I da Sicília e Nápoles seus filhos, Sancho II de Portugal e Afonso III de Portugal seus sobrinhos através da sua irmã Urraca e Fernando III de Leão e Castela também seu sobrinho através da sua irmã Berengária.
Durante a minoridade de Luís IX, a rainha mãe enfrentou as ambições da Inglaterra e as pressões da nobreza do reino, que desejavam valer-se da pouca idade do soberano para retomar os direitos perdidos para os monarcas do último século.
O reino entrou em um período conturbado, com a revolta organizada por Filipe Hurepel, tio do jovem rei e filho legitimado de Filipe Augusto, pela casa de Dreux e pelo duque Pedro Mauclerc da Bretanha. Depois de sufocar a rebelião, a regente concluíu a conquista doLanguedoc iniciada pelo seu esposo ao comprometer o conde Raimundo VII de Toulouse, casando a filha deste, Joana, com o seu filhoAfonso. Acabava assim a Cruzada dos Albigenses.

[editar]
Maioridade e casamento

Delicado, louro e de olhos azuis, Luís atingiu a maioridade a 25 de Abril de 1234 mas continuou a manter a mãe numa posição de confiança e poder. Não há uma data precisa em que se defina a efectiva tomada do poder por Luís, os seus contemporâneos viram o seu reinado como um período de partilha do poder com Branca de Castela. No entanto, os historiadores costumam definir o ano da sua maioridade como aquele em que Luís passou a governar mais tradicionalmente como rei, relegando a mãe para um papel mais de conselheira, se bem que continuou a ser uma poderosa força política até à sua morte em 1252.
Esta organizou o seu casamento, realizado no dia 27 de Maio de 1234, na catedral de Sens, pouco depois de o rei completar 20 anos. A esposa escolhida foi Margarida da Provença, a filha mais velha de Beatriz de Sabóia e do conde Raimundo Berengário IV da Provença e de Forcalquier, e irmã de Leonor, esposa deHenrique III da Inglaterra.
Com esta união pretendia-se agregar este condado ao reino da França, uma vez que Raimundo Berengário IV não tinha um herdeiro varão. Dizia-se que a graça e a natureza haviam dotado a sua esposa de toda sorte de perfeições[2], e de facto foi bem sucedida em prover a dinastia capetiana com herdeiros.

[editar]
Política interna

A partir de 1241 Luís IX parece tomar mais responsabilidades para si no governo do país. Fez do seu irmão Afonso conde de Poitiers a fim de obrigar a nobreza local a lhe prestar homenagem. A rebelião de Hugo X de Lusignan permitiu-lhe estabelecer a autoridade real em uma curta campanha, de 28 de Abril de 1242 a 7 de Abril de 1243, e o mesmo tempo aproveitou a situação de vantagem até Quercy(aproximadamente o actual departamento de Lot) para expulsar da lá o rei Henrique III de Inglaterra, que decidira romper a trégua de1238.

Moeda de prata de ToursGros tournois, de São Luís (c.1266)
Resolveu antigas divergências com Jaime I de Aragão pelo Tratado de Corbeil, pelo qual o rei francês renunciava a hipotéticos e caducos direitos sobre Aragão, em troca da renúncia do monarca catalão-aragonês a direitos muito concretos sobre vastos territórios no sul da França. Para selar este tratado, Luís casou a sua filha Branca com o infanteFernando de La Cerdapríncipe herdeiro do reino de Castela, e Jaime I de Aragão casou a sua filha Isabel com o príncipe francês, o futuro rei Filipe III de França.
Na administração do reino, Luís IX designou inspectores gerais, que eram considerados funcionários públicos, criou a comissão judicial da cúria e instituiu uma comissão de fazenda e de inspecção de contas.
Proibiu aos juizes, oficiais e outros emissários seus enviados às províncias para ali exercerem justiça durante algum tempo, de adquirir bens e empregar os seus filhos. Nomeou, acima deles, juizes extraordinários para examinar a conduta dos primeiros e rever os seus julgamentos, funcionando como justiça de apelação[2]. Para a pessoa do rei ficava reservado o papel de juiz supremo.
Segundo os relatos da época, se entendia que os seus oficiais tivessem agido mal, impunha em primeiro lugar uma severa penitência a si mesmo, como culpado pelo excesso praticado pelos seus representantes, e em seguida ministrava-lhes severa punição, obrigando-os a restituir o que haviam tomado do povo, se fosse esse o caso, ou a reparar aqueles que haviam sido condenados injustamente. Pelo contrário, quando tomava conhecimento de que haviam cumprido dignamente os seus deveres, recompensava-os regiamente e os fazia ascender a funções mais honrosas[2]. Foi também o primeiro rei a proibir duelos, anteriormente tolerados e por vezes ordenados a fim de se conhecer o direito das partes.

Oração

Onipotente e Eterno Deus, que cumulaste, Vosso servo, o Rei de 
França, Luís IX, com muitos dons e virtudes, fazei que eu também saiba 
corresponder a Vossa Divina Graça.
Por Cristo Senhor, amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário